quinta-feira, 8 de março de 2012

VOCÊ JOGA TÊNIS OU FRESCOBOL?

A questão aqui é se você é competitivo ou colaborativo. E o que é que isso tem haver com esses dois esportes ou entretenimentos? A chave está na forma de jogar.

O tênis, aquele mesmo jogado em quadra onde os oponentes utilizam raquetes para jogar a bola no campo adversário por cima de uma rede. O objetivo é jogar a bola tão longe e cheia de manobras de modo a provocar o erro do seu oponente, e ele não conseguir devolver a bola. Assim, você marca pontos e marcando mais pontos você ganha o jogo. Sempre termina com uma comemoração de uma parte e tristeza de outra. Esse também é básicamente o princípio de jogo do tênis-de-mesa, ou popularmente falado pingue-pongue.



O frescobol, por sua vez, é uma adaptação do tênis, uma brincadeira, onde a raquete longa de estrutura metálica e plano aramado é substituída por uma raquete de madeira e menor. Porém, maior que a raquete de tênis-de-mesa. Também se joga com uma bola e duas pessoas, mas essencialmente se distancia do tenis pelo fato de não precisar exatamente de uma quadra ou mesa para jogar com espaço delimitado. O frescobol é jogado geralmente à céu aberto, ao vento, como na praia ou campo. Daí o nome frescobol. Está disseminado, mas, ao contrário do tênis, geralmente não se pratica em competições. E por que não?

É exatamente porque não é uma "competição". O objetivo do jogo não é jogar a bola para que o adversário não consiga devolver, é exatamente o contrário. Joga-se esmeradamente a bola, da melhor maneira possível, para que seu companheiro consiga devolve-la e você consiga rebate-la e assim sucessivamente. Não tem contagem de ponto algum a favor de um de outro. O prazer está na permanência das jogadas, no tempo em que se consegue jogar sem que a bola caia no chão. Comemora-se vitoriosamente quando ambos adquirem a habilidade e equilíbrio necessário para obter esse êxito por muito tempo. Assim se pratica uma movimentação esportiva que melhora a performance dos participantes.

De uma maneira comportamental, ganhar uma competição exige que você seja melhor que seu oponente. E você exprime sentimentos de sucesso e glória quando consegue suplantá-lo. O ser humano se sente superior nesse processo. O mesmo acontece quando se torce por um time de futebol ou outro esporte. Quando seu time favorito ganha, você se sente o melhor e quando perde se sente o pior.

Agindo de uma maneira colaborativa, como no caso do frescobol, as pessoas não são exatamente oponentes, adversários, alguém que você precisa suplantar. Pelo contrário, você precisa ajudá-lo, contribuir com o outro e no final, quando isso acontece a contento comemoram juntos, unidos, reforçando suas amizades e amores.

É só uma questão de escolha. Você prefere jogar tênis ou frescobol na vida, no trabalho e nas relações?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O MODELO COMPETITIVO DE GERAR RIQUEZA

          O mundo todo está acostumado a medir a "riqueza" de uma pessoa, empresa ou nação pelos "ativos" que mantém, isto é, pelos bens que possui e pela fortuna que consegue acumular. Mas, o mundo em transformação exige um repensar desse conceito e aponta para uma outra forma de medição. Devemos pensar em riqueza pela capacidade de circular ativos e não mais acumular.

          Até aqui, o acúmulo de bens e dinheiro vem seduzindo os humanos. As mídias propagam verdadeiras adorações a homens e mulheres bilionárias, tratados como serem humanos superiores ou no mínimo pessoas importantes na sociedade. "Possuir" o dinheiro, símbolo de poder, associado a ambições diversas pode levar pessoas até mesmo a derrocadas morais em detrimento de conseguir mais e ampliar o que tem. Para construir impérios faz-se outros humanos trabalhar para ele e, no final, parece não ter mesmo o desejo de dividir sua fortuna com ninguém, nem com aqueles que o ajudaram a conseguir o que construiu. A história está repleta de pelejas infindáveis entre empregados e patrões, uns dejesosos de diminuir a distancia entre duas riquezas e outros empenhados em aumentar. Entre as nações isso também é fácil de notar como num mesmo mundo, de seres humanos em sociedade, exista tanta diferença entre os países ricos e os pobres. Temos verdadeiros países miseráveis bem próximos a países verdadeiramente afortunados.

          O que exatamente esse conceito de riqueza tem a ver com essas diferenças? o fato é que esse é um modo competitivo de agir, pois as fortunas são comparadas para saber quem é mais rico ou quem está em primeiro no ranking na escala de sucesso. Veja o que propaga a Revista Forbes. Ora, se eu tenho mais e quero me manter assim, é necessário manter os outros com menos. No fim, o processo consiste em tirar dos outros para mim e quanto mais faço isso mais rico fico.

          Lembram daquele jogo que nós bricávamos quando criança o Banco Imobiliário? Quem ganhava o jogo? Quem acumulava mais dinheiro, não é verdade? Essa foi a nossa educação financeira e até hoje nós agimos com esse objetivo, de tirar dos outros para ter mais.

Uma vez perguntei a um diretor da Coca-Cola o que seria deles mesmos se os pobres que os sustentam morressem ou não pudessem mais comprar seu produto. Ele ficou calado.

          Mas o mundo está exigindo uma nova forma de pensar. Estamos vendo economias poderosas se inclinarem a novas economias emergentes. Modelos economicos tradicionais se reformulando e se adaptando aos mercados. Países ricos com terríveis problemas de desemprego e recessões sem saber direito o que fazer pois não possuem know how para isso. Países "bancando" dívidas dos seus vizinhos com medo de serem atingidos pela falência em efeito dominó. Como resultante de uma economia globalizada, todo mundo sabe que sua saúde financeira depende direta ou indiretamente da saúde dos seus semelhantes, então tem que cuidar deles também.

          Muitas empresas já enxergaram um novo modo de fazer negócios. Aqui no Brasil tenho que destacar a Avon, Natura e mais recentemente a Jequiti. De outros lugares temos a Herbalife, por exemplo, que permite a participação de qualquer pessoa na sua metodologia de vendas. Estes métodos estão baseados na relação livre entre empresa e vendedor-consumidor, numa relação ganha-ganha sem que haja realmente limites para os benefícios, isto é, os ganhos são o tanto que a pessoa consegue vender, divulgar e gerar renda. Na verdade, a geração de riqueza é proporcional ao esforço empenhado e ao nível de ambição do sujeito.

          Destaco aqui também o incrível trabalho de Muhammad Yunus (ver foto abaixo), laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2006. Esse economista indiano de mais de 70 anos acredita que é impossível ter paz com pobreza e criou um banco de microcrédito que empresta dinheiro aos pobres para que eles mesmos possam gerar seus sustentos, sem garantias de lei, apenas baseado na confiança e cobrando taxas justas. Por incrível que pareça, mais de 98% dos que tomam dinheiro emprestado pagam suas dívidas e tomam mais dinheiro ainda para continuarem crescendo.



          Estes e outros exemplos são prova que novos paradigmas podem ser implantados para proporcionar melhor distribuição de trabalho e renda. É a economia social, também promovida por inúmeras empresas do terceiro setor.

          Este novo paradigma economico passa pelo fato de que parte da riqueza gerada por terceiros volta para seu bolso e o sistema é retroalimentado toda vez que você insere um novo participante. A riqueza é então dividida mas nunca acaba pois a fonte é infinita. A circulação faz o dinheiro ser infinito, pois toda vez que um dinheiro é gasto, algo é comprado e vendido e quanto mais se fizer isso, melhor.

          Explicarei isso melhor na próxima postagem.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

UM CASO INTERESSANTE

          Sincronicidade. Esta é a palavra que une os nossos pensamentos com a energia do universo. Seja consciente ou inconscientemente estamos emitindo pensamentos e expressando nossos desejos. O universo conspira para nos atender, seja lá o que for, bom ou ruim. Vejam que história interessante.

          Depois de terminar seu curso superior em uma universidade distante de sua terra natal, Maria (nome fictício) tentou sua sorte profissional alí mesmo, na cidade onde obteve seu diploma. Ainda estudante começou a namorar com Roberto. Dividiram assim, 6 anos de suas vidas em constantes tentativas de obter sucesso na profissão, mas as coisas não andavam de jeito nenhum. Participava de entrevistas para emprego e quase sempre não era chamada e quando era, não seria remunerada do jeito que merecia. Tentou a sorte por si mesma, como autônoma, mas seu investimento num bonito consultório foi por água abaixo, por falta de clientes. Conversavam muito, pois a falta de dinheiro pode aproximar duas pessoas que se gostam, mas não impedem suas queixas. Maria então, começou a por em prática um desejo que carregava consigo desde o dia que se mudou para aquela cidade. Um desejo interno que conservou por muitos anos de voltar para sua terra natal após sua formatura. Mesmo sendo uma cidade bem menor, era lá que se sentia bem, mas para fazer isso teria que se separar de Roberto que tinha planos de permanecer na cidade maior. Custou a decidir, pois teria que abdicar do seu namoro para se mudar. Ainda tentou casar com Roberto, pois tinha esperança de assumir o "juntos para sempre" pertinente ao matrimonio, mas ambos chegaram a conclusão que não era a hora. Assim, num arroubo mental e emocionalmente maduro, terminou o namoro e voltou à sua terra. Em pouco tempo, conseguiu trabalho e chegou até a recusar outro. Me confessou que estava muito feliz e que Roberto tinha se transformado em um grande amigo.

           Com alguns detalhes fictícios, essa é uma história real. Por muitos anos Maria sabia que se formaria longe de casa mas voltaria para sua terra para exercer sua profissão. Seus planos foram adiados um pouco pela presença de Roberto, mas a situação evoluiu para uma decisão posterior. Talvez tenha sido necessário esse período para ela descobrir que não gostava de Aracaju, conforme me disse, pois a impedia de realizar seu desejo. Em contra partida, Aracaju também não gostava dela, não proporcionando boas chances de trabalho, pelo menos aos seus olhos. O universo trabalhou para ela não ficar por aqui, porque ela pediu.

É assim na nossa vida. Então cuidado com o que pensa.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O PENSAMENTO CRIA A REALIDADE

          O pensamento é uma poderosa força, uma energia, medida e comprovada pela ciência, instrumento do nosso livre-arbítrio e de onde parte tudo que fazemos ou criamos. Nada que tenha sido criado pelo homem na realidade deixou de ser criado anteriormente pela mente.
          Seja um objeto qualquer, por exemplo, uma cadeira, a cadeira que você pode estar sentado agora, como ela foi construída? Certamente, alguém pensou nas necessidades humanas de ter que sentar confortável e adequadamente para obter o máximo de sua atividade. Então elaborou seu assento acolchoado, um encosto para descansos das costas, talvez braços, quiçá reguláveis. Ela também pode ter rodinhas, sistema de suspensão para absorver o impacto de se sentar rapidamente etc. Ou simplesmente ser uma cadeira comum. De qualquer forma, alguém a idealizou primeiro.
          Se for pelo caminho normal, comparou as medidas de um ser humano para determinar as medidas da própria cadeira, colocou tudo isso num belo projeto e então definiu seus materiais e acessórios. Reuniu as ferramentas necessárias e daí partiu para construí-la, até ter dado o acabamento.
          As etapas que foram seguidas em ordem regressiva até se ter o objeto realizado, simplificadamente, passou pela fabricação, planejamento e finalmente a idéia, o pensamento. Na verdade, a cadeira pronta existiu primeiro na mente humana para depois se concretizar.
           A mente humana inicialmente vislumbra a satisfação de uma necessidade e logo após começa a fazer associações com aquilo que ela já conhece e vai entrando em detalhes. Se a mente acessar a criatividade, consegue imaginar coisas inéditas. Quando o sujeito resolve colocar essas idéias num papel utilizando certas técnicas, obtém um planejamento. Diria que já é a força da realização atuando definitivamente no mundo físico. Quando ele procura os recursos para execução já é uma exploração do seu potencial de realização e finalmente, quando faz, realiza. Aqui temos a descrição clara de um processo, que pode sofrer algumas modificações, mas, em minha opinião o processo deve ser seguido.
            Há quem faça coisas sem planejar, por exemplo, quebrando essa seqüência, mas sempre se corre o risco de não obter exatamente o que se quer. Quantos de vocês conhecem casas construídas sem projeto, que apresentam uma série de defeitos? Lembro de uma, em que o sujeito fez duas portas tão atravessadamente que era impossível abrir uma porta sem ter que fechar a outra. Em outro caso, não se colocou janelas suficientes, ou outro recurso, para que o vento circulasse em sua casa, tornando-a bastante quente e desconfortável.
            Por outro lado, também encontramos muita gente com tremenda dificuldade de realização. São ótimos planejadores, pensam em todos os detalhes, mas não conseguem concretizar nada. Isso também não é bom.
             Então o que é bom? Sempre, ou quase sempre a melhor resposta é o equilíbrio, o caminho do meio. O problema é que o meio pode embolar se certas nuances emocionais, conscientes ou inconscientes atuarem de modo a neutralizar a vontade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PSICOLOGIA DO CONSUMO

           Comprar, comprar, comprar! O mundo está preparando você para conjugar esse verbo no presente e no futuro. As diversas mídias induzem a você investir nas atuais e emergentes necessidades, muitas vezes criadas. Mas o que faz você aceitar essas sugestões e realmente comprar? No fim, essas e outras respostas estão em você mesmo.
           Você liga a TV e os programas estão mostrando as novas tendências da moda, os novos conceitos de automóveis, os novos eletrônicos cheios de novas tecnologias. Você liga o rádio no seu carro e escuta, entre uma música e outra, outra série de apelos para comprar alguma coisa, ou melhor, muitas coisas. Você anda na rua e vê um sem-número de outdors, cartazes, faixas, bandeiras, tudo isso a serviço do consumo. E você termina comprando mesmo aquele telefone celular que acessa internet, tem wi-fi, Bluetooth, TV, rádio FM, tira fotos, grava, tem uma central de jogos e pinta a peste mais.  O fato foi que naquele dia na reunião com o pessoal da empresa, todo mundo colocou os respectivos celulares na mesa, todos eles turbinados e você puxou aquele seu fininho, já com as teclas sem número, todo arranhado e você pensou: tenho que comprar um aparelho novo. Parece mesmo que o mundo precisa circular a riqueza. Tem alguma coisa de mal nisso?
           Bem, eu não acho que tem mal algum nisso propriamente. Pratica-se o que realmente dá certo. O segredo de manter as coisas funcionando e se renovando é fazer o dinheiro circular. Mas, deve-se fazer tudo na medida certa. Se desequilibrar não é fácil reestabelecer a ordem. Daí então se tem que estabelecer um limite, ou seja, não se pode gastar mais do que se recebe.
           O fato de você se perder gastando demais, tem haver com não conseguir se contêr e gastar em qualquer coisa, até mesmo desnecessárias. O vazio interno provocado por uma falta ou carência afetiva, deve ser preenchido de alguma maneira. Há quem faça comendo tudo que vê pela frente, mas pode ser bebida, drogas, sexo e outras coisas mais. Assim também é com o gastar compulsivamente que de forma associada pode envolver dois ou mais aspectos desses. Muitas pessoas desejam coisas, na tentativa de saciedade emocional, mas quando adquirem, perdem o gosto e larga lá aquela coisa que já foi objeto dos seus desejos. Isso é patológico.
            Se você age assim tome cuidado. Procure ajuda. E olhe só, não vai ser algum técnico do fantástico que vai fazer um bocado de continhas. Esse é necessário sim, mas logo de imediato as causas dos problemas devem ser investigadas com alguém que entenda dos fatores emocionais.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O MEDO DA POBREZA

          Adquirir produtos mais baratos em detrimento da qualidade, ficar regulando custos demasiadamente, guardar e reaproveitar objetos quebrados, manter roupas velhas no guarda-roupa que não se pode usar mais pode parecer normal para muita gente. Mas, essas atitudes podem beirar a mesquinhez e ser um sintoma agudo do medo da pobreza.
           Outro dia vi na televisão um sujeito que mantinha uma garagem enorme cheia de tralhas velhas que não mais funcionavam.  Ele era tão ligado nessa questão que saía atrás de objetos nos lixos da vizinhança e os amontoava no seu espaço, que já estava entupido, tanto que o repórter se perdeu lá dentro até encontrá-lo. Em menor proporção, isso nos lembra aquele quartinho dos fundos cheio de caixas e dentro das caixas mil objetos perdidos no tempo. As casas antigas tinham muito espaço e um quartinho desses era bem comum. Hoje em dia os apartamentos são bem menores e nem quartinho extra tem. Mas, já ouvi de um amigo relatar o incômodo que ele sentia por não dispor desse espaço onde mora.
          A idéia predominante nas cabeças que pensam assim está relacionada à necessidade que a pessoa tem de guardar os objetos na esperança de um dia poder usá-lo novamente, talvez consertando ou utilizando-o de outra forma. Outro dia perguntei a um “guardador” por que ele fazia isso. A resposta que obtive, embora não ter sido direta, deu para ver um padrão de pensamento instalado em que o sujeito considera o valor investido no passado para adquirir tal objeto, onerando suas despesas, chegando até a uma espécie de “sacrifício” que ele teve que fazer. Conclui-se então que o que o sujeito faz é uma tentativa de maximizar o valor investido um dia, ou seja, perpetuar seu investimento. Além disso, há claramente um sentimento de posse e apego envolvido e difícil de dissolver.
         Esse padrão de pensamento é inconsciente, a maioria das vezes, e também é conhecido como medo da pobreza. No futuro, posso perder o emprego, não ter mais dinheiro, não ter como comprar novos objetos necessários e então... eu guardo. Nota-se um elo entre o passado e o futuro em que o sujeito tem medo de perder o status quo e guarda “tesouros” para depois. Na verdade esse sujeito guarda uma tremenda energia estática, pois impede o processo de renovação da vida, aonde se vão coisas e chegam outras para suprir novas necessidades emergentes.
          Se você tem essas características, ou quer fazer um experimento simples, faça assim: Separe um tempinho no próximo fim-de-semana para dar uma olhada nas suas roupas. Tire tudo que está guardado e coloque na sua cama. Separe por tipos de peça. E comece a guardar tudo de novo, só que agora, peça por peça, faça as seguintes perguntas para você mesmo: essa roupa ainda dá pra mim? Há quanto tempo que não a uso? Se as respostas forem NÃO e MAIS DE 1 ANO respectivamente, não devolva a peça para o guarda-roupas. Separe-as e faça uma doação. Ela pode não lhe servir mais, mas pode servir para outra pessoa. Assim, será uma energia nova para esse irmão e o fluxo da renovação continuará. Deixe no seu espaço somente as roupas que você realmente usa. Você vai se surpreender com o espaço que vai sobrar. E quer saber mais, novas roupas vão surgir para você, para preencher o espaço criado. Novas coisas não chegarão se você estiver cheio de coisas velhas.
           Se você não pode fazer isso, não consegue se desapegar, você tem um pensamento limitante, aquele que cria uma limitação e não deixa você evoluir. E se não cuidar pode carregar isso pro resto de sua vida. Preenchido com o passado, com medo do futuro e deixando de viver o presente.
           Não sejais como o cão imprudente acompanhante de uma caravana no deserto, que tenta guardar seu osso para o futuro enterrando-o na areia. Kahlil Gibran, poeta árabe.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PROBLEMAS X SOLUÇÕES: EM QUE PENSAR?

A mente humana é mesmo extraordinária e faz o pensamento funcionar de uma maneira bem singular para encontrar soluções para problemas bem complexos. Mas é preciso entender o padrão de funcionamento do pensamento para tornar essas soluções mais eficazes.
Há muitos estudos sobre a mente humana e hoje se conhece muito do seu funcionamento. Não vamos aqui entrar em maiores detalhes, mas vamos considerar um aspecto: no seu poder de seletividade.
Uma vez tive um carro roubado. Era um simples fusca branco já bastante usado, mas que me trouxe muita apreensão por seu roubo, pois se tratava do único meio de transporte próprio da família e fatalmente faria muita falta. O carro foi arrastado da frente de minha casa e fiz imediatamente o boletim de ocorrência na tentativa de reavê-lo. Algumas horas mais tarde, fiz uma rodada na cidade dentro da viatura da polícia, pelos pontos mais esquisitos e prováveis de encontrá-lo. Ainda que fosse como procurar uma agulha no palheiro, sai com os investigadores dando referências sobre o carro. Diante do desejo de encontrar o meu, localizei muitos, mas muitos carros mesmo com as mesmas características. Não encontrei o meu, mas como tudo na vida traz lições, uma delas foi entender claramente que antes do roubo, quase não percebia o número de fuscas brancos na cidade e depois não podia nem acreditar que havia tantos.
Observando outros casos, todos nós podemos concluir que de acordo com a nossa vontade podemos ou não perceber um determinado objeto, situação, qualidade e tudo o mais. Nossa mente é seletiva. Quando nós decidimos pensar sobre algo, as outras coisas passam despercebidas por nós. E podemos pensar tanto sobre esse algo que o pensamento pode ser fixado de tal forma que chega até a obsessão.
Voltando ao caso, se o problema nos acontece e nos concentramos tanto nele, ele só fortalece e ficamos sem espaço para pensarmos nas possíveis soluções. Não é que devemos abdicar de ver o problema, analisar e desconsiderar sua existência. Mas, se temos que gastar nossa energia nisso, porque não direcionar para encontrar a solução? Por exemplo, se te falta dinheiro porque não direcionar seus pensamentos e atitudes para ter mais? Muitos de nós ficamos lamentando pela falta, e é “falta” que teremos.